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Centro histórico Foto: Jaquelini @guiadiamantina.encantosturismo |
Diamantina, no coração da Serra do Espinhaço — também conhecida na região como Serra dos Cristais — é uma charmosa cidade mineira que mistura história, música e natureza em perfeita harmonia.
Declarada Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO, a cidade respira passado e presente em cada esquina. Caminhar por suas ruas de pedra é como voltar no tempo, revivendo a era do ouro e dos diamantes, mas também é sentir a energia vibrante de um lugar que pulsa cultura, arte e a simpatia dos seus moradores.
Além do centro histórico com suas igrejas e casarões coloniais, a região surpreende com trilhas, cachoeiras e paisagens do Cerrado que deixam qualquer viajante de queixo caído. E o melhor: encontramos muitos lugares acolhedores para curtir tudo isso com nosso Sully 🐾.
Mais uma longa viagem de carro com o Sully🚗. Saímos de São Paulo e para não ficar tão cansativo, fizemos uma parada estratégica para dormir em Betim-MG.
1º dia - São Paulo a Betim-MG
Foram aproximadamente 8 horas de estrada com três paradas — todas pet friendly
Restaurante Fazenda @rosario.fazenda
Rodovia Fernão Dias - Bragança Paulista
Gostamos desse restaurante e costumamos parar para almoçar.
A linguiça Rosário é muito boa.
Fazenda do Vale @fazendadovalemg
Rodovia Fernão Dias - São Gonçalo do Sapucaí
Outra parada que gostamos muito, bom café e muitas delícias. Tem um gramado que dá para passear com o Sully.
Venda do Chico Três Corações @vendadochico
Rodovia Fernão Dias - Três Corações
Paramos para conhecer e gostamos muito! Provamos um bolo de fubá maravilhoso!!!
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Venda do Chico |
Hospedagem em Betim
Escolhemos o Go Inn Betim pela localização prática, bem próximo à Rodovia Fernão Dias, e também por aceitar pets, o que sempre faz diferença para nós que viajamos com o Sully 🐾. O atendimento foi simpático, o café da manhã agradável, mas o quarto era pequeno e sentimos que o hotel poderia receber um pouco mais de cuidado. Como chegamos cansados, decidimos jantar ali mesmo, mas a refeição acabou decepcionando pelo valor cobrado.
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Go Inn Betim |
2º dia - Betim a Diamantina
Viagem tranquila por aproximadamente 4h30 com uma parada maravilhosa: Empório Seu José (@seujose_emporio) — um refúgio charmoso na zona rural, com comida caseira de dar água na boca e uma recepção que aquece o coração. (BR-259, KM 514 - Presidente Juscelino)
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Empório Seu José |
Hospedagem Zona Rural de Diamantina
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Hospedagem zona rural Diamantina |
Passamos 2 dias nessa
casa maravilhosa - reserva feita pelo Airbnb. Um verdadeiro paraíso na terra. Cercada por montanhas, espaçosa, bem decorada, com muitas plantas e nos presenteou com uma vista deslumbrante!
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Hospedagem zona rural Diamantina |
O quarto que ficamos é lindo e aconchegante, ótimas roupas de cama e banho.
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Hospedagem zona rural Diamantina |
A casa acomoda até 10 hóspedes e está distante 10 km do centro histórico (sendo 8 km de estrada de terra).
No entorno da casa, fizemos uma caminhada e contemplamos ao longe a Cachoeira da Formação.
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Cachoeira da Formação |
Não foi fácil a despedida dessa casa tão gostosa, passamos bons momentos e também descansamos.
Para ficar mais fácil os deslocamentos, decidimos por uma hospedagem mais próxima do centro histórico e foi uma ótima decisão.
Hospedagem próximo ao centro histórico de Diamantina
A hospedagem fica a cerca de 1 km do centro histórico, com um trecho de ladeira no caminho. Logo nos acostumamos e acabamos fazendo tudo a pé.
Atenção: use calçados confortáveis, pois as ruas são de pedras.
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Hospedagem próximo ao centro histórico de Diamantina |
A casa é simples, limpa, espaçosa e arejada, mas um pouco escura para o meu gosto — reserva feita pelo
Airbnb. Possui três dormitórios, dois banheiros e uma varanda com vista parcial para a Serra do Espinhaço.
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Hospedagem próximo ao centro histórico de Diamantina |
Há um lance de escada entre a garagem e a casa, e ainda existe outra moradia no andar de cima. Por estar em uma rua íngreme e estreita, não foi fácil colocar o carro na garagem — ainda bem que o marido é excelente motorista, porque eu confesso que não conseguiria. Os anfitriões são muito atenciosos!
Essa casinha foi nosso lar por 5 dias e se tornou o ponto de partida para descobrirmos a cidade e seus arredores.
Restaurante e café que conhecemos no centro histórico de Diamantina
Relicário Gastronomia @relicariodiamantina
Nós amamos esse restaurante que encontramos por um acaso — se é que o acaso existe.
Um restaurante cheio de charme, com decoração caprichada que convida a ficar mais um pouco. O atendimento é acolhedor e simpático, e o prato que escolhemos estava simplesmente delicioso, daqueles que deixam vontade de voltar no dia seguinte.
E o melhor: fica pertinho do Mercado Velho.
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Relicário Gatronomia |
Casa São Benedito @saobeneditopadeiro
Almoçamos na Casa São Benedito assim que chegamos a Diamantina, um lugar que é ao mesmo tempo padaria artesanal, café e restaurante. O ambiente é charmoso, a comida é boa e o atendimento é simpático. Eu provei Bambá de Couve, que é um prato típico mineiro, feito com fubá, carne desfiada e couve — estava uma delícia!
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Casa São Benedito |
Festival de Inverno em Diamantina
Antes mesmo de falar sobre os lugares que visitamos, vivemos um presente inesperado: estar em Diamantina durante o Festival de Inverno. Entre música, alegria e gratidão, celebrei a vida em grande estilo. Um aniversário especial, com a energia única dessa cidade encantadora, marcando a passagem de mais um ciclo com memórias que ficarão para sempre.
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Show incrível do Toni Garrido |
Além de boa música, o Festival de Inverno contou com barracas de comidinhas e bebidas da região. Foi uma grata surpresa degustar um vinho cultivado em uma das várias vinícolas no entorno da cidade. O marido gostou muito do vinho Shirah da Vinícola Andrade (@vinhosandrade), conheceu o produtor e, claro, trouxe algumas garrafas para casa. Para quem aprecia vinhos, uma ótima dica é fazer um tour pelas vinícolas — dessa vez não fizemos, quem sabe em uma próxima visita!
O que fazer em Diamantina-MG e entorno
Centro Histórico
O centro histórico de Diamantina encanta logo no primeiro olhar. Igrejas, casarões coloniais e ruas de pedra nos transportam para séculos passados — um verdadeiro mergulho na história viva de Minas Gerais. Não à toa, em 1999, a cidade recebeu o título de Patrimônio Mundial pela UNESCO, reconhecimento merecido por sua beleza e importância cultural.
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Rua da Quitanda no centro histórico Foto: Jaquelini @guiadiamantina.encantosturismo |
Nosso passeio cultural foi em um domingo pela manhã, quando o movimento ainda estava tranquilo. Infelizmente o Museu Chica da Silva estava fechado e a igreja de São Francisco de Assis não pôde ser visitada por conta de um evento. Ainda assim, cada esquina revelou novos detalhes e encantos, fazendo valer cada passo desse passeio no coração de Diamantina.
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Mirante em Diamantina Foto: Jaquelini @guiadiamantina.encantosturismo |
Visitamos:
Catedral Metropolitana - é moderna e foi inaugurada em 1940. Entrada: gratuita
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Catedral Metropolitana |
Igreja Nossa Senhora do Carmo — segundo a guia Jaquelini, que nos acompanhou, a igreja deveria estar fechada para restauração. Conseguimos fazer uma visita e valeu a pena: é muito bonita, com construção iniciada em 1760 e interior ricamente decorado com detalhes em ouro. O templo abriga o órgão mais antigo em funcionamento no Brasil e ainda oferece concertos. Uma característica marcante é a torre, que foi construída nos fundos. Entrada: R$ 12.
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Igreja Nossa Senhora do Carmo |
Um pouco de história: a construção da igreja foi financiada por João Fernandes de Oliveira, companheiro de Chica da Silva. Na época, os negros não podiam ultrapassar o espaço da torre e, por isso, eram impedidos de entrar na igreja. Para contornar essa restrição, João Fernandes ordenou que a torre fosse erguida nos fundos, permitindo assim que sua esposa e outros negros pudessem participar das celebrações.
Caminhamos com a guia pelas ruas de Diamantina, subindo e descendo ladeiras, enquanto ela compartilhava histórias e curiosidades da época colonial, dos tempos de garimpo e de personagens marcantes como Chica da Silva, Juscelino Kubitschek, Milton Nascimento, entre tantos outros que fazem parte da rica memória da cidade.
Vesperata
É um belíssimo concerto noturno a céu aberto que acontece na Rua da Quitanda, onde as sacadas dos edifícios históricos se transformam em palco e a noite se enche de música. A orquestra é formada pela banda militar e pela banda mirim. Reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial de Minas Gerais, a Vesperata é um símbolo do turismo local.
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Vesperata com os personagens Chica da Silva e João Fernandes |
A saga dos ingressos para a Vesperata
Conseguir ingressos não foi tarefa fácil. Pelo canal oficial, Sympla, já estava tudo esgotado. E nós não queríamos ficar dentro de um bar ou restaurante — a vontade era sentir a festa lá fora. Entrei em contato com alguns lugares e nada. Partimos para Diamantina, sem ingressos, mas com a esperança de participar dessa linda festa.
Quando decidimos voltar à cidade, lembrei da pousada
Pouso da Chica , onde havíamos ficado em 2009. Descobri que agora é pet friendly e fiquei animada, mas ao ligar, soube que estava lotada. O funcionário que me atendeu foi de uma gentileza tão grande que, ao chegarmos, fiz questão de conhecê-lo pessoalmente para agradecer. Nós adoramos conhecer pessoas, e acabamos sendo recebidos não só por ele, mas por toda simpática equipe da pousada.
Um dos funcionários, muito atencioso, nos levou para conhecer a parte nova da pousada. Durante a conversa, comentei que ainda não havia conseguido ingressos para a Vesperata. Eles pediram meu contato e disseram que, se surgissem ingressos, me avisariam.
E não é que, na véspera da apresentação, recebi a tão esperada mensagem? Haviam conseguido dois ingressos para nós 😁. O preço não era dos mais baratos, é verdade, mas quando as sacadas dos casarões se iluminaram, os músicos começaram a tocar e a rua inteira vibrou com a música, tive certeza: cada esforço e cada centavo valeram a pena.
Vila do Biribiri
A apenas 12 km de Diamantina está a charmosa Vila do Biribiri com suas casinhas brancas de janelas e detalhes azuis, cercada pela exuberante Serra do Espinhaço.
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Vila do Biribiri |
Fundada no século XIX para abrigar os trabalhadores de uma antiga fábrica de tecidos, hoje mantém seu charme e tranquilidade.
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Igreja do Sagrado Coração de Jesus de 1876 |
Na vila há alguns restaurantes, café e uma pousada. Foi lá que almoçamos e passamos alguns momentos desfrutando da simplicidade e da paz do lugar. A vila está bem preservada e atualmente passa por obras de manutenção.
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Vila do Biribiri |
No entorno (Parque Estadual do Biribiri) existem belas cachoeiras, mas não visitamos porque estávamos com nosso Sully 🐾.
Um passeio lindo e pertinho de Diamantina.
Caminho dos Escravos
Construída com pedras assentadas pelos escravos no século XIX e por onde passaram muitos tropeiros carregados de diamantes em um percurso de 21 km que liga a cidade ao distrito de Mendanha.
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Caminho dos Escravos |
Nós fizemos apenas um trecho, bem sinalizado, partindo do Mercado Velho, no coração do centro histórico, descendo e subindo muito! 😓
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Caminho dos Escravos |
Depois soubemos pelos nossos amigos
@explorandoocaminho que é possível ir de carro até um mirante e assim conhecer o Caminho dos Escravos que passa por lá.
Curralinho
Distante 10 km de Diamantina, o verdadeiro nome é Extração. É um distrito tranquilo com beleza natural e com uma população pequena. Fundado no século XVIII como pouso de tropeiros e tornou-se centro de mineração de diamantes.
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Curralinho |
Pelas ruas você encontrará alguns gados caminhando calmamente. Quando chegamos vimos dois na janela de uma casa, acho que estavam assistindo TV😊.
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Curralinho |
Almoçamos no Restaurante Trem Bom, que é simples e oferece comida mineira por quilo. Excelente atendimento e é pet friendly.
Visitamos:
Barragem
Lugar muito bonito.
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Barragem |
Gruta do Salitre
De uma beleza magnífica, ficamos encantados com seus paredões de aproximadamente 80 metros de altura e impressionam pela grandiosidade — um verdadeiro espetáculo da natureza.
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Gruta do Salitre |
Antiga região de extrativismo de salitre para produção de pólvora, hoje encanta pela acústica perfeita, cenário de eventos musicais.
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Gruta do Salitre |
Estrada Real
Fizemos um trecho da Estrada Real — Caminho dos Diamantes — de Diamantina a Serro (parte em estrada de terra). Um caminho recheado de belezas naturais, cachoeiras e paisagens que enchem os olhos.
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Estrada Real |
Por onde passamos:
Ponte sobre o Rio Jequitinhonha
Paramos próximo à ponte para contemplar a beleza do lendário Rio Jequitinhonha, que está ligado à exploração de ouro e diamantes na região.
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Ponte sobre Rio Jequitinhonha |
São Gonçalo do Rio das Pedras
Pequeno e charmoso distrito do Serro, localizado na Serra do Espinhaço. A sensação é de que, por lá, a vida passa lentamente.
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Igreja Matriz de São Gonçalo |
Caminhar por suas ruas de pedra, apreciar as casas coloniais, visitar a Igreja Matriz de São Gonçalo e parar no
bar do Sr. Ademil para papear e experimentar uma das muitas cachaças que ele coleciona também fazem parte da experiência.
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Bar do Sr Ademil |
Há trilhas e algumas cachoeiras, mas não tivemos tempo de conhecê-las. Fica para uma próxima!
Milho Verde
Outro pequeno distrito do Serro, que encanta com sua calmaria e natureza. A Igreja de Nossa Senhora do Rosário é o cartão-postal do vilarejo.
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Igreja Nossa Senhora do Rosário |
Há algumas cachoeiras no entorno e nós visitamos a Cachoeira do Carijó, que fica bem próximo à Estrada Real, no caminho para o Serro. Com suas águas cristalinas e pequena queda, é um lugar de paz.
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Cachoeira do Carijó |
Serro
Cidade histórica e encantadora, conhecida como a "Terra do Queijo". Passamos umas horas no Serro e conhecemos pouco. Alguns pontos turísticos estão em restauração e, por ser segunda-feira, outros estavam fechados.
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No alto Igreja Santa Rita -Serro-MG |
Serro produz queijos há muitos anos, alguns registros revelam que a produção já era consolidada no século XVIII. O modo de fazer o queijo artesanalmente foi reconhecido, em 2002, como patrimônio imaterial de Minas Gerais e, em 2008, recebeu reconhecimento nacional pelo Iphan. Visitamos apenas a
Loja Queijo do Cedro, onde o atendimento é muito simpático. Fizemos degustação e, claro, que compramos — o queijo é maravilhoso!
O conjunto arquitetônico formado por casarões, igrejas e capelas dos séculos XVIII e XIX é, em parte, tombado pelo Iphan. Caminhamos pelo centro e achamos tudo muito bonito e bem preservado.
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Serro-MG |
Igreja de Santa Rita
Cartão-postal do Serro, localizada na parte alta da cidade, provavelmente foi construída no início do século XVIII. Do centro até a igreja há uma longa escadaria. O conjunto é muito bonito. No momento, encontra-se fechada para restauração.
Igreja de Nossa Senhora do Carmo
Bela igreja, construída em 1781. O acesso se dá por uma escadaria em forma de cálice. É tombada pelo Iphan.
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Igreja Nossa Senhora do Carmo |
Como viajamos com o Sully 🐾, no centro da cidade não encontramos restaurante pet friendly para almoçar. Sendo assim, nos revezamos e fomos ao
Restaurante do Zé Lindolfo, um lugar simples, por quilo, mas com comida boa.
Após 7 dias incríveis, tivemos que nos despedir. No retorno, decidimos pernoitar em
Perdões, cidade que fica no meio do caminho e que já havia nos recebido quando fomos a
Ouro Preto, em 2021.
Hospedagem na cidade de Perdões-MG
Ficamos uma noite em uma
casinha linda, toda reformada, completa e charmosa - reserva feita pelo Airbnb. Nós amamos!
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Hospedagem em Perdões-MG
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Hospedagem em Perdões-MG
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Hospedagem em Perdões-MG |
Nem preciso dizer o quanto amamos Diamantina. É dessas cidades que encantam pelo cenário, mas também pelo povo, pela música que ecoa nas sacadas durante as Vesperatas e pela hospitalidade mineira que sempre nos faz sentir em casa.
Essa foi mais uma viagem com nosso Sully, que sempre nos traz descobertas especiais, e em Diamantina não foi diferente! 💛🐾
Confira também algumas cidades mineiras que visitamos na companhia do Sully:
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